domingo, 13 de março de 2011

Fragmento de livro...



O conceito de Gaia ou do mundo da natureza nunca foi atraente para os moradores das cidades, exceto para diversão. Perdemos o contato com a Terra quando nossa comida e sustento não eram mais imediata e obviamente dependentes do clima. Nosso peixe, carne, frutas e hortaliças agora vêm do supermercado e apenas uma rara inundação ou uma grande nevasca impede a colheita de qualquer grande rede varejista como a dos supermercados Tesco. Quando o tempo está frio ou quente, o termostato cuida de manter confortável nosso ambiente interno. Ventos uivantes e chuvas torrenciais contra nossas janelas à prova de tempestades podem intensificar nossa sensação de conforto aconchegante e não, como faziam no passado, trazer medo de perda de safra quando os grãos eram levados pelos campos lamacentos.
Com muita lentidão, alguns começam a entender que o bem-estar de Gaia é mais importante que o bem-estar da humanidade. A ciência de Gaia confirma a ameaça à Terra, mas nos permite continuar com o velho naturalismo em que a Terra normalmente é benigna, mas, assim como as antigas deusas, pode ser, às vezes, cruel, e em que apenas os humanos são sentimentais. Para sermos verdes de verdade, temos de nos despir da ilusão de que somos de alguma forma separados de Gaia. Somos parte dela como qualquer coisa viva e deveríamos nos sentir ligados, como um bom casamento amoroso, até que a morte nos separe.


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Do livro: Gaia: Alerta Final, p. 217.
Autor: James Lovelock (o cara é doido, mas fala algumas coisas interessantes)


2 comentários:

  1. Claro que ele fala em termos de países mais desenvolvidos economicamente, mas, em alguns pontos, podemos relacionar este fragmento a nossa realidade...
    Não é a toa que a maioria dos países mais ricos são também os maiores agressores do meio ambiente.

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  2. só essa parte do "até que a morte nos separe" está totalmente contraditória ao que diz em negrito acima... hehehehehe... se não somos algo separados de gaia, nem a morte pode nos separar, pois tudo faz parte de ciclos, o corpo vai para própria gaia após a morte...

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